segunda-feira, 26 de maio de 2014

CURSO LIDERANÇAS NEGRAS FEMININAS/ UFRGS 2014

No ano passado, o DEDS/UFRGS fez primeira edição de um CURSO DE LIDERANÇAS NEGRAS sem o recorte de gênero e foi uma experiência bem sucedida, mas uma das reflexões finais foi a necessidade de tratar o papel da mulher negra.

Para esta edição, estruturamos o curso em 4 encontros (30/05, 23/7, 25/8 e 26/9) com os seguintes grandes eixos: Gênero, Política e História; Movimentos Sociais; Memória e Cultura; Escolaridade e Universidade, onde pretendemos discutir relações de poder e sujeitos de direito, protagonismo e autonomia, juventude militante e lideranças femininas.

O curso é gratuito e voltado para educadores, estudantes e organizações da sociedade civil e terá lugar no Auditório da Faculdade de Arquitetura da UFRGS – Rua Sarmento Leite, 320. Já temos a confirmação de nomes como Dora Bertúlio, Luislinda Valois dos Santos, Pâmela Amaro, Laura Cecília Lopez, Nilma Lino Gomes...
 

  

PROGRAMAÇÃO DIA 30/05/2014

9h – Sobre a categoria de gênero na História
Nathalia Pietra Mendez (UFRGS)

10h30min – Mulheres Negras e participação política no Brasil
José Antônio dos Santos (UFRGS)

14h– Painel: Jovens militantes negras
Mariana Barbosa (Acadêmica de Direito/UNB)
Coletivo Negração (UFRGS)
Juventude Negra Feminista de Santa Maria

16h15min – Lideranças femininas quilombolas
Georgina Helena Lima Nunes (UFPel)

terça-feira, 1 de abril de 2014

ABERTAS INSCRIÇÕES CURTA HISTÓRIAS MEC SECADI


ENTÃO PESSOAS, VAMOS PARTICIPAR.

O Prêmio “Curta Histórias” é uma iniciativa do Ministério da Educação - por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI e em parceria com a Fundação Vale, Fundação Telefônica, Fundação Palmares e UNESCO. Em sua segunda edição, o Prêmio objetiva originar ações que promovam a diversidade étnico-racial brasileira, seguindo a perspectiva da Lei 10.639/03 e Parecer CNE 03/2004 com alunos das escolas públicas de todo o país. Para tal, o tema da Edição – 2014 é “Personalidades Negras”, homenageando o centenário de Abdias Nascimento.
Poderão participar exclusivamente alunos (as) da Educação Básica matriculados em instituições de ensino mantidas pela União, Distrito Federal, Poder Público estadual ou municipal, optando no ato da inscrição por uma das quatro categorias: Ensino Fundamental – anos iniciais, Ensino Fundamental – anos finais, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos. As escolas poderão fazer uma única inscrição por categoria e até quatro inscrições por unidade de ensino, conforme os níveis de ensino de cada unidade.
As inscrições para o Prêmio Curta Histórias ocorrerão no período de 25 de março a 25 de abril e mais informações podem ser obtidas no sítio da internet ou por correio eletrônico.
Durante o período de inscrições para o Prêmio Curta Histórias ocorrerão, semanalmente, web conferências para instrumentalizar gestores, professores e alunos na criação de seus vídeos. As conferências ocorrerão às 10 horas nos dias:
            26/03  Personalidades Negras: fortalecendo identidades e direitos    
02/04  A produção de vídeo e roteiro para curta-metragem        
           10/04  Personalidades Negras de minha comunidade: luta e história            16/04  Personalidades Negras que mudaram o mundo  


MAIS INFORMAÇÕES

Sítio
Correio Eletrônico
Redes Sociais






quarta-feira, 12 de março de 2014

ORIGENS DA EXPRESSÃO "CARNAVAL"


DE ONDE VEM ESSA PALAVRA?

ARI RIBOLDI, professor de Português E escritor (COMUNICAÇÃO SMED/POA)

Carnaval - De origem controversa. Há várias versões acerca do surgimento do termo. Eis algumas delas: do latim medieval “carnelevare” ou “carnilearia”, de “carne levare”, abstenção de carne; do baixo latim “canrnis levamen”, prazer da carne; do italiano e de vários dialetos italianos “carnevale”, levar a carne; no francês, “carneval”. Nesse caso, há a junção de duas palavras latinas: “caro, carnis” (carne) e “levare”, tirar, sustar, suspender. Para alguns estudiosos, carnaval vem da locução latina medieval “carrus navalis”, carro naval, alusão à carreta em forma de barco usada em festas populares pagãs. 


Essas festas eram dedicadas ao deus grego Dionísio (Baco para os romanos), durante as quais um carro era conduzido por homens e mulheres em procissão, de máscaras, a correrem as ruas em frenéticas expansões de júbilo, contando piadas, fazendo troça, etc. É como se fosse um período de tréguas das convenções sociais, em que valiam as brincadeiras de toda sorte. Normalmente, o carro naval transportava o deus Dionísio.


    Período anual de festas profanas, originadas na Antiguidade e recuperadas pelo Cristianismo. Começam, tradicionalmente, na Epifania (Dia de Reis, em 06 de janeiro), e acabam na Quarta-Feira de Cinzas; conjunto de festejos e desfiles característicos desse período. Atualmente, o Carnaval tornou-se um negócio e uma indústria, especialmente com a criação das ‘escolas de samba’ nos centros urbanos. Mesmo assim ou apesar disso, ainda sobrevivem as manifestações espontâneas populares, principalmente nos blocos de rua e nos bailes, com as famosas marchinhas de carnaval. 
      De um lado, temos o espetáculo, o desfile, com patrocínio, para turista ver; de outra parte, temos a resistência popular com suas manifestações pelas ruas.

De outros carnavais, de muitos carnavais, de velhos carnavais - São expressões equivalentes usadas para retratar tempos antigos, muitos anos, tempo passado. Eu te conheço de outros carnavais. Eu o conhecia de velhos carnavais.  Não me enganas: conheço-te de muitos carnavais.
 
Fazer um carnaval - Entregar-se a manifestações ruidosas e alegres em comemoração a alguma coisa; provocar confusão, desordem; fazer um escândalo público. No futebol, gíria para expressar sequência de dribles e jogadas, individuais ou coletivas, que deixam o adversário atordoado, perdido em campo; dominar amplamente o adversário e aplicar-lhe uma derrota humilhante.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

LOKUA KANZA

Lokua Kanza: a voz universal da África

Excepcional guitarrista, flautista, tecladista, percussionista, arranjador e produtor aprendeu a cantar nos coros de igrejas da República do Congo e sua voz é hoje uma das principais representantes da alma africana, nos mais importantes festivais de música do mundo. O artista faz parte da "francofonia" - conjunto de países de língua francesa. 
Nascido em Bukavu, na República Democrática do Congo, Kanza morou dois anos na Costa do Marfim, acompanhando a grande estrela da música do Zaire, La Reine Abeti. Em 1984 mudou-se para Paris, onde junto com seus colegas Ray Lema, Papa Wemba e Manu Dibango, integrava a comunidade musical africana na França. Seu primeiro grande concerto em Paris foi na abertura do show de Angélique Kidjo, no Olympia. Desde esta época ele se apresenta ao lado de seus parceiros Júlia Sarr, do Senegal, nos vocais, e seu próprio irmão Didi Ekukuan , no baixo, vocais e percussão.
Lokua gravou seu primeiro disco "Lokua Kanza", em 1992. Neste trabalho, o músico e cantor revelou seu universo de intensa luminosidade e de música tão cristalina quanto tecnicamente avançada. Seus acordes minimalistas e sua profunda doçura revelam uma arte de especial sensibilidade e de extrema sutileza e transparência. "Eu queria redescobrir a magia das noites que passei em Kinshasa, quando era criança", diz ele, que expressa nas canções a emoção dos ambientes nostálgicos, com seu clima etéreo e meditativo.

A partir de 1993 o trovador virou uma estrela. Na imprensa, os críticos confessavam estar fascinados, seduzidos, energizados por sua música. Lokua assinou contrato com a BMG e fez turnês pelo mundo. Cantou ao lado de Youssou N"Dour e Patrick Bruel, produziu gravações com seus amigos Papa Wemba e Geoffrey Oryema, no estúdio de Peter Gabriel, e gravou seu segundo disco, "Wapi Yo", repleto de melodias encantadoras e de vocais brilhantes. Entre ossucessos do CD estão as canções Shadow Dancer e Sallé. Seu terceiro CD não teve o mesmo sucesso, mas está sendo relançado pela Universal.
Depois disso, Kanza fez um retiro de três anos, saindo dos palcos, mas ainda continuando a compor bastante. De volta, trouxe a surpresa: seu "Toyebi Té", quarto CD, no qual canta em francês e em ingala, com um tom confidencial e discreta acústica, uma coletânea de baladas populares.
A fusão da música de Lokua Kanza acontece em dois universos: a África com suas canções e tradições e o ocidente com seus ritmos e harmonias. Seu CD é um hino à paz nas 18 faixas. Participam, além do rapper Passi, o guitarrista Sylvain Luc, os Mestres e Doutores da Percussão Komba Bellow e Greg Bondo, e as cordas da Orquestra Sinfônica da Bulgária. Outra boa notícia neste CD é a voz da filha de Kanza, Malaika e de um coro formado por seus quatro filhos. Segundo a crítica, esta é sua obra-prima.ORIGEM DA MATÉRIA

1ª CONFERÊNCIA DO POVO DE MATRIZ AFRICANA

ENTÃO, ANO COMEÇANDO E O MOVIMENTO DO POVO NEGRO NÃO PARA


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

DEPUTADO CARLOS SANTOS PRIMEIRO NEGRO NO PODER

TEXTO DE SÁTIRA MACHADO
http://www.deputadocarlossantos.
blogspot.com.br/2007/04/carlos-
santos-pioneirismo-negro-na.html


As questões de raça começaram a ganhar visibilidade política no Rio Grande do Sul, em 1935, quando foi eleito o primeiro deputado negro da história do Parlamento gaúcho, Carlos Santos. 



Percursor na luta pela igualdade de raças, seus ideais foram seguidos por outros tantos políticos que também fizeram história na defesa das minorias no Estado do Rio Grande do Sul: Alceu Collares, Paulo Paim e Edson Portilho são exemplos de gaúchos que continuam lutando pelos ideais de Santos.




Neto de escravos alforriados e filho de libertos, Carlos Santos nasceu em 1904, em Rio Grande/RS. A liderança de Carlos Santos como metalúrgico lhe rendeu o seu primeiro mandado como deputado estadual classista. A partir da nova Constituição Estadual, promulgada em junho de 1935, que seguiu o modelo corporativista já adotado na Carta Federal, foi criada a figura do representante classista, espécie de líder sindical com assento na Assembléia. 

Aos 31 anos deu início a sua carreira política como deputado classita, exercendo o mandato de apenas dois anos até a instituição do Estado Novo, quando todos os Parlamentos do país foram fechados, em 1937. Com o golpe do Estado Novo, Carlos Santos voltou a Rio Grande e foi trabalhar como fiscal de alunos no Ginásio Lemos Júnior. 

Aos 46 anos, formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pelotas, passando a exercer as atividades como advogado no fórum de Rio Grande até 1959. Com o retorno das eleições em 1946, Santos concorreu a uma vaga na Assembléia Legislativa e ficou como suplente de deputado estadual pelo PSD sendo chamado três anos depois para ocupar o cargo por alguns dias. Em 1959, é eleito novamente como deputado estadual pelo PTB, permanecendo na Assembléia até 1975, sendo que nos dois últimos mandatos ficou na bancada do MDB. 

Mas foi em 31 de janeiro de 1967, que Carlos Santos alçou o seu vôo mais alto ao ser eleito como presidente do Legislativo gaúcho. Esse ano lhe reservou ainda a materialização do sonho de todo o político - governar seu Estado. A viagem do governador e ex-oficial da Brigada Militar, Walter Peracchi de Barcellos, para fora do Estado em duas ocasiões elevou Carlos Santos ao cargo eletivo mais importante do Rio Grande do Sul em tempos de duro regime de exceção. Foi o primeiro negro a ser eleito presidente da Assembléia e governar o Estado.Apenas após 23 anos, em 1990, Alceu Collares seria eleito, em voto direto, o governador dos gaúchos. Carlos Santos também entrou para história como o presidente da Assembléia que inaugurou o Palácio Farroupilha, em 1967. 

Após deixar o Legislativo, assumiu como deputado na Câmara Federal no ano de 1975. Neste mesmo ano, presidiu a CPI do Menor Abandonado, que teve grande repercussão no país. Após meio século de vida pública, Carlos Santos encerrou a sua carreira política, em 1982, como deputado federal.Em maio de 1989, o Rio Grande do Sul perde o precursor na luta pela igualdade de raças e na defesa das minorias.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

25 ANOS DA LEI DE CRIME DE RACISMO NO BRASIL

A lei ficou conhecida como Caó em homenagem ao seu autor, o deputado Carlos Alberto de Oliveira. A partir de 5 de janeiro de 1989, quem impedir o acesso de pessoas devidamente habilitadas para cargos no serviço público ou recusar a contratar trabalhadores em empresas privadas por discriminação deve ficar preso de dois a cinco anos. 
É determinada também a pena de quem, de modo discriminatório, recusa o acesso a estabelecimentos comerciais (um a três anos), impede que crianças se matriculem em escolas (três a cinco anos), e que cidadãos negros entrem em restaurantes, bares ou edifícios públicos ou utilizem transporte público (um a três anos). Os funcionários públicos, tratado na lei, que cometerem racismo, podem perder o cargo. Trabalhadores de empresas privadas estão sujeitos a suspensão de até três meses. As pessoas que incitarem a discriminação e o preconceito também podem ser punidas, de acordo com a lei.
Apesar da mudança no papel, os negros ainda sofrem racismo e frequentemente se veem em situação de discriminação. Para o coordenador nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (Contaq), no campo legislativo pouca coisa mudou desde que a escravidão foi abolida, em 1888. “A realidade continua a duras penas. Desde o começo, muitos foram convidados para entrar no Brasil, o negro foi obrigado a trabalhar como escravo”, disse, citando leis como a da Vadiagem, a proibição da capoeira e o impedimento à posse de terras.



De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios, divulgada em setembro do ano passado, 104,2 milhões de brasileiros são pretos e pardos, o que corresponde a mais da metade da população do país (52,9%). A diferença não é apenas numérica: a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que a de um branco, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De 1989 para cá, outras legislações importantes na luta contra o preconceito racial foram criadas, como oEstatuto da Igualdade Racial (2010) –, e a Lei de Cotas (2012), que determina que o número de negros e indígenas de instituições de ensino seja proporcional ao do estado onde a universidade esta instalada. “Essas são ações muito importantes de reparação. Tem alguns fatores que a gente ainda precisa quebrar para que o negro tenha direitos e oportunidades reais”, acredita Biko.
Para denunciar o crime de racismo ou injúria racial, o cidadão ainda não tem à disposição um telefone em todo o Brasil. Mas unidades da Federação têm criado os seus próprios, como o Distrito Federal (156, opção 7) e Rio de Janeiro (21-3399-1300). Segundo Biko, é importante saber quem é e de onde são as pessoas que cometem tal crime. “Sem dúvida, quanto mais espaços de denúncia a gente tiver, mais reforça a luta contra a esse processo de segregação racial que a gente ainda vive nesse país”, avalia. FONTE AGÊNCIA BRASIL.

Legislação

Constituição Federal e Lei 7.716/89
A Constituição Federal de 1988 transformou a prática de racismo em crime inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de reclusão. Assim, foi revogada a Lei 1.390/51, conhecida como Lei Afonso Arinos, que considerava a prática de racismo contravenção penal. Isso porque a contravenção penal é um ato delituoso de gravidade inferior ao crime. Portanto, não atenderia ao mandamento constitucional recém-promulgado.
Substituindo a lei anterior, foi promulgada a Lei 7.716/89, conhecida como Lei Caó, por ter sido proposta pelo deputado Carlos Alberto de Oliveira. Esta é a única lei que regulamenta as práticas de crime de racismo no Brasil. Desde 1989, essa lei sofreu algumas alterações, mas é a que continua sendo o principal instrumento de criminalização do racismo no Brasil. (Veja o texto completo da lei).  
FONTE: http://www.nen.org.br/index.php?&sys=defendase