segunda-feira, 30 de abril de 2012

RESERVA DE VAGAS: UNANIMIDADE NO SUPERIOR TRIBUNAL FEDERAL

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) validou nesta quinta-feira (26/04) a adoção de políticas de reserva de vagas para garantir o acesso de negros e índios a instituições de ensino superior em todo o país. O tribunal decidiu que as políticas de cotas raciais nas universidades estão de acordo com a Constituição e são necessárias para corrigir o histórico de discriminação racial no Brasil. Em dois dias de julgamento, o tribunal discutiu a validade da política de cotas raciais adotada pela Universidade de Brasília (UnB), em 2004, que reserva por dez anos 20% das vagas do vestibular exclusivamente para negros e um número anual de vagas para índios independentemente de vestibular. O DEM, autor da ação contra as cotas raciais, acusou o sistema adotado pela instituição de ensino, no qual uma banca analisa se o candidato é ou não negro, de criar uma espécie de “tribunal racial”. Outras duas ações na pauta do STF, que não começaram a ser analisadas, abordam cotas raciais combinadas com o critério de o estudante vir de escola pública. Elas devem ser analisadas na semana que vem, segundo o presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto. Saiba DAS ARGUMENTAÇÕES DOS JUIZES DO STF EM http://www1.folha.uol.com.br/saber/1082098-stf-decide-por-unanimidade-que-sistema-de-cotas-e-constitucional.shtml.

Dos onze ministros do tribunal, somente Dias Toffoli não participou do julgamento porque elaborou parecer a favor das cotas quando era advogado-geral da União.

Para os ministros do STF, ações afirmativas, como a política de cotas da UnB, devem ser usadas como “modelo” para outras instituições de ensino, como o objetivo de superar a desigualdade histórica entre negros e brancos.

O relator da ação, ministro Ricardo Lewandowski, lembrou o caráter provisório das políticas de cotas. A da UnB tem duração de 10 anos, podendo ser revista. Para ele, todas as universidades podem adotar os critérios desde que respeitem os critérios de "razoabilidade, proporcionalidade e temporalidade." Para ele, a decisão desta quinta vale para todas as instituições de ensino, não somente as universidades, e também valida as cotas sociais.
"O modelo que o Supremo tenta estabelecer, se o meu voto for prevalente, é esse modelo de que não é uma benesse que se concede de forma permanente, mas apenas uma ação estatal que visa superar alguma desigualdade histórica enquanto ela perdurar", destacou o relator após o julgamento”, afirmou Lewandowski.

De acordo com dados da Advocacia-Geral da União (AGU), 13 universidades brasileiras possuem políticas de cotas raciais e outras 20 combinam o critério de raça com a questão social para fazer a seleção dos candidatos. A decisão do STF não proíbe outras ações em relação a cotas para ingresso no ensino superior, uma vez que as universidades têm autonomia para definir suas políticas.
“A construção de uma sociedade justa e solidária impõe a toda coletividade a reparação de danos pretéritos perpetrados por nossos antepassados adimplindo obrigações jurídicas”, disse o ministro Luiz Fux.

Ressalvas

Apesar de acompanhar o voto do relator, o ministro Gilmar Mendes fez críticas à política de cotas raciais validada pelo STF, lembrando que se trata de uma iniciativa pioneira. Para ele, a reserva de vagas feita pela universidade deveria levar em conta também a condição econômica do candidato, sob pena de gerar distorções, como excluir um candidato branco e pobre do benefício.

Mendes chegou a propor a revisão do modelo criado pela UnB, que, segundo ele, é “ainda constitucional”, mas se for mantido como está poderá vir a ferir a Constituição.

ÚNICO MINISTRO NEGRO


Joaquim Barbosa, único ministro negro do STF, ressaltou a importância das ações afirmativas para viabilizar “harmonia e paz social”. Ele citou exemplo dos Estados Unidos que se tornaram “o país líder do mundo livre”, após derrubar a política de segregação racial.

“Ações afirmativas se definem como políticas públicas voltadas a concretização do princípios constitucional da igualdade material a neutralização dos efeitos perversos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem. [...] Essas medidas visam a combater não somente manifestações flagrantes de discriminação, mas a discriminação de fato, que é a absolutamente enraizada na sociedade e, de tão enraizada, as pessoas não a

Contra  as cotas

No primeiro dia do julgamento, a advogada do DEM, Roberta Kauffman, apresentou argumentos contra o sistema de cotas da UnB. Para ela, a seleção de quem teria direito às cotas na UnB é feitas com base em “critérios mágicos e místicos” e lembrou o caso dos irmãos gêmeos univitelinos, Alex e Alan Teixeira da Cunha. Eles se inscreveram no vestibular, em 2007, e, depois de analisadas fotos dos dois, Alan foi aceito na seleção das cotas e Alex não. Depois, a UnB voltou atrás.

“A imposição de um modelo de estado racializado, por óbvio, traz consequências perversas para formação da identidade de uma nação. [...] Não existe racismo bom. Não existe racismo politicamente correto. Todo o racismo é perverso e precisa ser evitado”, disse a advogada.

A favor das cotas

A defesa da UnB argumentou que o sistema de cotas raciais busca corrigir a falta de acesso dos negros à universidade. Segundo a advogada Indira Quaresma, que representou a instituição, os negros foram “alijados” de riquezas econômicas e intelectuais ao longo da história. Para ela, a ausência de negros nas universidade reforça a segregação racial.

“A UnB tira-nos, nós negros, dos campos de concentração da exclusão e coloca-nos nas universidades. [...] Sistema de cotas é belo, necessário, distributivo, pois objetiva repartir no presente a possibilidade de um futuro melhor”, afirmou a advogada da UnB.
A validade das cotas raciais como política afirmativa de inclusão dos negros foi defendida também pelo advogado-geral da União, Luís Inácio de Lucena Adams e pela vice-procuradora-geral, Deborah Duprat. Para eles, o racismo é um traço presente na cultura brasileira e que precisa ser enfrentado.

Além dos representantes da UnB, do DEM e da União, outros 10 advogados ocuparam a tribuna do STF para defender suas posições contra ou a favor das políticas de reserva de vagas em universidades tendo a raça como critério.

A maioria das entidades participou de audiência pública realizadas pelo Supremo, em março de 2010, para discutir o tema. As opiniões se dividem entre os que defendem e criticam a adoção da questão racial como critério em detrimento de outros fatores, como a renda do candidato.

terça-feira, 24 de abril de 2012

1ª SEMANA INDÍGENA DA EMEF CHAPÉU DO SOL


Até 27 de abril, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Chapéu do Sol, no bairro Chapéu do Sol, realiza a 1ª Semana Indígena, com programação repleta de passeios, sessões de vídeo comentadas, rodas de conversa, oficinas e exposição de arte e legado indígena. As atividades iniciaram no dia 13 de abril.

Também como uma homenagem ao Dia do Índio, a abertura oficial do evento ocorreu na quinta-feira, 19, com visitação à exposição, realizada na biblioteca da instituição, e almoço. A mostra, que reúne cerâmicas de índios Kaigangs, letras de músicas Tupi-Guaranis, cachimbos e animais em miniaturas, esculpidos por índios brasileiros, “faz entender que a cultura indígena está presente no nosso cotidiano, por meio de bijuterias, alimentos e palavras, e que isso faz parte de nós como comunidade”, comentou Patrícia Antunes Russo, coordenadora das atividades do evento e da Companhia Ambiental Chapéu do Sol, o LIAU.Fotos
Além disso, as ações têm como intuito fomentar reflexões sobre questões relacionadas às leis, que determinam a obrigatoriedade do ensino das culturas africana, afro-brasileira e indígena nas escolas do país. Assim, “a ideia é criar atividades dentro do calendário da escola, e trabalhar durante o ano todo com os materiais que também existem aqui, não delimitando datas específicas para abordar temas indígenas ou do negro”, disse Edianie Bardoni, vice-diretora e coordenadora do Grupo Cultural Baobá, organizador do evento.
Na tarde de quinta-feira, crianças do 2º ano (equivalente à antiga 1ª série) assistiram à sessão do vídeo “Abaré”, palavra que em Tupi-Guarani significa amigo. A atividade foi guiada por monitores e participantes do LIAU, entre eles os alunos Shascqya Porto da Silva e Júlio Cezar Borges da Silva. Logo após, Dener Leonardo Azambuja, 6 anos, e seus coleguinhas se divertiram criando flores, índios, entre outros desenhos, com argilas coloridas em folhas de papel. O jovem, que já tinha aprendido o significado de “abaré”, também explicava que os índios pintavam com argila, pois não possuíam outro tipo de tinta.
Na sexta-feira, 13,  26 alunos que fazem parte do LIAU, entre outros do 1º ciclo do ensino fundamental, visitaram a aldeia Charrua. Na bagagem, trouxeram várias experiências, além de camisetas pintadas à mão por eles mesmos. Shascqya, 12 anos, estudante do 8º ano (equivalente à antiga 7ª série), contou que gostou muito de conhecer os índios, suas vestimentas, percorrer trilha na mata, e comer alimentos típicos. Já Júlio, 13 anos, do mesmo ano, falou que um dos índios mostrou para eles vários animais, e que jogaram futebol.
Ao longo desta semana 23 a 27/04, a EMEF Chapéu do Sol abrirá a exposição para a visitação de outras instituições. Entre as que já confirmaram presença estão as EMEFs São Pedro, Presidente Vargas e Professor Anísio Teixeira. Além disso, a EMEF José Loureiro da Silva receberá integrantes da Chapéu do Sol, quando monitores realizarão atividades, exibirão vídeos e coordenarão oficinas de tinturas. 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

PEDAGOGIA GRIÔ: HORIZONTE DESENHADO POR MUITAS MÃOS



Numa proposição do GAPP, através da Assessoria Pedagógica de Educação das Relações Etnicorraciais, da SMED Porto Alegre, estão  ocorrendo as ações que dão início a uma caminhada na busca da definição de práticas pedagógicas baseadas em Princípios e Procedimentos da Pedagogia Griô existentes na rede municipal de ensino e que possam ser melhor aproveitadas pelos professores e alunos das comunidades escolares.  Até agora QUINZE escolas, envolvendo comunidades escolares das quatro regiões da cidade de Porto Alegre, já receberam o documento de SENSIBILIZAÇÃO e a visitação da Assessoria Pedagógica para o início das conversas e ações de elaborações.
A cada um dos SOPs comunicados e professores(as) interessados, dentre  os/as quais muitos(as) colegas já vêm realizando trabalhos interessantes, foi dado o recado e os primeiros passos no sentido de realizar, nos CONJUNTOS COLABORATIVOS das comunidades escolares, ações corajosas que visem ao melhor aproveitamento, junto aos bancos escolares, dos SABERES ADVINDOS de pessoas e ambientes não formais de educação.
O contato com a Pedagogia Griô é uma ação provocada pela instância do governo QUE VAI AO ENCONTRO DE PRÁTICAS JÁ EXISTENTES NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PORTO ALEGRE. 

Tem o intuito de INCENTIVAR O EFETIVO TRÂNSITO DE SABERES das atitudes geradoras de linguagens, modos, fazeres didáticos e colaborativos contidos nas várias ações educativas (LINDAS E POR VEZES ISOLADAS) de professores(as) e educadores(as) populares que já estão inseridos  nas instâncias das comunidades  escolares, em seu entorno e na cidade como um todo. Nesse sentido A BUSCA DE MAIS UMA REDE DE COLABORAÇÃO ESTÁ SENDO INICIADA através da divulgação das ações já realizadas pelas escolas juntamente com a estruturação de grupos de professores, educadores, agentes sociais, pais e alunos EM TORNO DA PROPOSTA DAS PRÁTICAS DA PEDAGOGIA GRIÔ. Dentro dessa perspectiva as lindas ações existentes na rede escolar se retroalimentarão PARA CONSOLIDAÇÃO DE UMA PRÁTICA EDUCATIVA mais próxima dos objetivos da AÇÃO GRIÔ NACIONAL, rede da Pedagogia Griô que vem sendo solidificada pela ação da Assessoria Pedagógica da SMED Porto Alegre, como produto da história desse espaço de governo.
OBJETIVOS DA PEDAGOGIA GRIÔ
Valorizar a cultura e a integração das idades como elementos estratégicos e fundamentais à ação pedagógica de permanente reconstrução do fio da história e fortalecimento da identidade dos adolescentes e jovens envolvendo suas próprias atitudes protagônicas para interromper o ciclo intergeracional da pobreza e violência.
A Pedagogia Griô se caracteriza ainda por facilitar as vivências afetivas e culturais, o diálogo entre “aprendentes”, a escola e seus projetos, a comunidade e entre grupos étnico-raciais, interagindo saberes ancestrais de tradição oral e as ciências formais para a elaboração do conhecimento e de um projeto de vida que têm como foco o fortalecimento da identidade e a celebração da vida.
O QUE É GRIÔ?
É uma palavra abrasileirada pelo ponto de cultura Grão de Luz e Griô, de Lençóis, Bahia. Vem de Griot, da língua Francesa, que traduz a palavra Dieli (jéli ou Djeli), que significa o sangue que circula, na linga bamanan do povo Mande (Malinkê ou Mondingo), habitante do território antigo do império Mali, noroeste da África. Na tradição oral do noroeste da África griô é um(a) caminhante, cantador(a), poeta, contador(a) de histórias, genealogista, artista, comunicador(a) tradicional, mediador(a) político(a) da comunidade. Ele(a) é o sangue que faz circular os saberes e histórias, mitos, lutas e glórias de seu povo, dando vida à rede de transmissão oral de sua região e país.
NO BRASIL
A palavra griô se refere a todo(a) cidadão(ã) que se reconheça e/ou seja reconhecido(a) pela sua própria comunidade como: um(a) mestre(a) das artes, da cura e dos ofícios tradicionais, um(a) líder religioso(a) de tradição oral, um(a) líder comunitário, ou um(a) brincante, um(a) cantador(a), tocador(a) de instrumentos tradicionais, contador(a) de histórias, um(a) poeta popular, que, através de uma pedagogia que valoriza o poder da palavra, da oralidade, da vivência e da corporeidade, se torna a biblioteca e a memória viva de seu povo.  Em sua caminhada no mundo, ele(a) transmite saberes e fazeres de geração em geração, fortalecendo a ancestralidade e a identidade de sua família ancestral e comunitária. São exemplos das griôs e dos griôs no Brasil: Congadeiro(a), jongueiro(a), folião(ã) dos reis, capoeira, parteira(a), zelador(a) de santo, erveira(o), caixeiro(a), carimbozeiro(a), rezeiro(a), cirandeiro(a), maracatuzeiro(a), coquista, marujo, artista de circo, artista de rua, bonequeiro(a), mamulengueiro(a), catireiro(a), repentista, cordelista, pajé, artesão(ã), poetas regionais e comunitários, contadores de histórias e fazedores (as) de todas as demais expressões culturais populares que se desenvolveram e se transmitem por tradição oral.
Na África, cada ancião que morre é uma biblioteca que se queima” Hampáte Ba, Mestre africano de tradição oral.
O QUE É PEDAGOGIA GRIÔ?
É uma pedagogia da vivência afetiva e cultural que facilita o diálogo entre as idades, entre a escola e a comunidade, entre grupos étnico-raciais interagindo saberes ancestrais de tradição oral e as ciências formais para a elaboração do conhecimento e de um projeto de vida que têm como foco o fortalecimento da identidade e a celebração da vida. A valorização da cultura e a integração das idades são estratégias fundamentais para a reconstrução do fio da história e fortalecimento da identidade dos agentes do processo educativo como instrumento importante para o rompimento do ciclo intergeracional da pobreza e violência local.
A Pedagogia Griô, criada por Líllian Pacheco, tem como referenciais teóricoss e metodológicos a educação biocêntrica de Ruth Cavalcante; a educação dialógica de Paulo Freire; a educação para as relações étnico-raciais positivas, de Vanda Machado; a arte educação comunitária, de Carlos Petrovich; a educação que marca o corpo de Fátima Freire; e é inspirada na pedagogia de todas as expressões culturais de tradição oral, principalmente de raízes afro-indígenas.

REFERENCIAIS TEÓRICOS


CAVALCANTE, Ruth. Educação Biocêntrica: aprendendo e ensinando na pedagogia do encontro - Vivenciando a biodança. Fortaleza, Instituto Paulo Freire, 2004.
CAVALCANTE, Ruth. “Educação Biocêntrica: a pedagogia do encontro”. Revista de Educação da EAC - Formação de profissionais de educação, vol. 29, nº 115, abr/jun. Brasília, AEC, 2000.
CAVALCANTE, Ruth. “A educação biocêntrica na formação plena do(a) educador(a)”. Monografia de especialização, UVA. Fortaleza, 2000.
DOWBOR, Fátima Freire. Quem educa marca o corpo do outro. São Paulo, Cortez, 2007.
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra, 1994.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra, 1981.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 1997.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra, 1994.
MACHADO, Vanda. Ilê Axé: vivências e invenção pedagógica. Salvador, EDUFBA/SMEC, 2000.
MACHADO, V. & PETROVICH, C. Ajaká. O menino no caminho do rei. Salvador, TEA/UFBA/SMEC/PMS, 2001.
MACHADO, V. & PETROVICH, C. Ire Ayó. Mitos Afro-brasileiros. Salvador, EDUFBA, 2004.
PACHECO. Lillian. Pedagogia Griô – A reinvenção da Roda da Vida.  Lençóis, Bahia, 2006
PACHECO, CAIRES. Lillian, Márcio (Org.). Nação Griô – O parto mítico da identidade do povo brasileiro. Lençóis, Bahia. 2009.
DEMO, Pedro. Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 1981. 159p.
SITES

domingo, 15 de abril de 2012

BOAS NOTÍCIAS SOBRE A RODA DE CAPOEIRA: SE PUDERMOS REFORÇAR A PETIÇÃO...



A Unesco, organização internacional de educação e a cultura, vai se reunir em 2013 para avaliar a inclusão da Roda de Capoeira na lista representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade. O Brasil já tem 2 manifestações culturais (bens imateriais) declaradas nessa lista,  o samba de roda do Recôncavo Baiano e a arte gráfica dos índios Wajãpi. Em 2013 pode ser a vez da Roda de Capoeira. È mais um passo na consolidação da Capoeira como expressão original do povo brasileiro que se oferece aos povos do mundo como prática e atitude de vida, pensamento, técnica, esporte, prazer, arte e cultura.

Não é só mais um título bonito para colocar na parede nem é mais um simples reconhecimento para compor discursos de exaltação. Vai além. É um pacto entre o Brasil (governo e sociedade) e o mundo para aumentar as bases de expansão das nossas raízes. Um passaporte a mais para abrir fronteiras e dar o tom brasileiro, detentor absoluto das raízes dessa prática, no cenário internacional. O título é um ato de fortalecimento que não interfere na autoria da Capoeira nem na autoridade dos Mestres. A Capoeira continua fiel à sabedoria dos que a criaram sem perder direitos nem sofrer intervenção em seu conceito ou prática. O que se abre é a possibilidade de criação de mais estrutura e força política. Obriga governos e instituições a um zelo mais profundo no incentivo e manutenção das políticas públicas com investimentos continuados e programas definidos a partir do diálogo.

O mundo da Capoeira sabe o valor histórico da luta e o quanto se avançou até aqui. Sabe o tamanho do desafio para prosseguir e o tanto que se exige para uma paixão sair da semente até virar tronco forte na vida. O título da Unesco será mais uma conquista nesse caminho. A Capoeira precisa do comprometimento de muitas parcerias e pontes para ter a chance de se mostrar autêntica e única. Sem perder o tom da raiz brasileira e nem entregar suas raízes para oportunistas. Ninguém “vira patrimônio da humanidade”, do nada. É um processo longo em que o mundo reconhece a realidade que já existe e vai ajudar na estratégia de continuidade mais forte dessa prática, saber, paisagem, pensamento ou celebração.São positivos os resultados desses processos para os grupos que constituem a base social das expressões culturais reconhecidas. Crescem além da visibilidade, criam maior respeitabilidade no trato com o Estado, ampliam possibilidades de fomento a projetos e ações para disponibilizar e adequar espaços físicos para centros de referência, aquisição de acervos, equipamentos e matérias primas, oficinas de transmissão de saberes, treinamentos em pesquisa e gestão de políticas de salvaguarda, ações educativas e edições diversas, até encontros, seminários e outras ações.O título fortalece o argumento dos que desejam avançar a Capoeira no mundo, pois o mundo se abre melhor para receber, entender, pesquisar, jogar e trocar com mais esta riqueza da diversidade cultural brasileira. Não se perdem direitos de uso nem se concede práticas sem direitos: é um título que legitima quem faz, dentro e fora do país, e funciona para melhor abrir as fronteiras. Um mundo que reconhece o valor da nossa casa é um mundo que nos convida a entrar pela porta da frente.A lista a ser enviada a Unesco é de responsabilidade do Iphan e tem como base um dossiê de candidatura redigido a partir de pesquisas já realizadas no registro da Roda de Capoeira e do Ofício de Mestre de Capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. O Grupo de Trabalho Pró-Capoeira coloca na roda o encaminhamento deste dossiê à Unesco. Todas as demandas e propostas levantadas nos Encontros Pró-Capoeira foram consideradas na elaboração do dossiê. Após a finalização da candidatura uma comissão intergovernamental decidirá sobre a pertinência da inscrição.

FÓRUM PERMANENTE DE DIVERSIDADE ETNICORRACIAL 2012


    A Coordenação Executiva do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Etnicorracial do RS, reunida extraordinariamente no dia 11 de abril, encaminhou a Programação da Plenária Estadual que acontecerá nos dias 26 e 27 de abril vindouro, no Auditório da Escola Pão dos Pobres, na Rua da Repúbica, nº 838, Bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, a qual será divulgada após as confirmações de agendas do ESPAÇO DE TROCA DE EXPERIÊNCIAS DO EVENTO.

    Estão convidados para compor a mesa de abertura do evento: SEDUC - Secretario Estadual de Educação; MPE – Ministério Púbico Estadual; SEPPIR – Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, do Gabinete de Presidência da República; SECADI/MEC – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, do Ministério da Educação; CEED – Conselho Estadual de Educação; OAB/RS – Ordem dos Advogados do Brasil; CODENE – Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado do RS; UNCME – União dos Conselhos Municipais de Educação e UNDIME – União dos Dirigentes Municipais de Educação do RS.

A mesa principal vai tratar do Dec. 6.755/09, que trata da "Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica". Para este dialogo, estão convidados a SEPPIR - Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a SEDUC – Secretaria Estadual de Educação e a SECADI/MEC - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão.

Haverá um espaço para troca de experiência de ações educativas sobre a tematica de formação continuada NOS ASSUNTOS DE EDUCAÇÃO DA DIVERSIDADE ETNICORRACIAL.

Compaheir@s Interessados em participar da Plenária Estadual do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Etnicorracial do RS, nos dias 26 e 27 de abril do corrente ano, no Auditório da Escola Pão dos Pobres, na Rua da República, nº 838 - Bairro Cidade Baixa - Porto Alegre/RS, com credenciamento previsto para 8h30min. 

INSCRIÇÕES

Informamos aos interessados que as inscrições para a Plenária que tem como Tema Central o "Dec. 6.755/2009, que trata da Política Nacional  de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail: forumdiversidaders@gmail.com ou no próprio local do evento.


 Será fornecido Certificado aos participantes. Contamos com sua participação e divulgação. Coordenação Executiva do Fórum.