segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

PARA QUEM NÃO SABIA


EM 2010  COMUNIDADE QUILOMBOLA DE CASCA/MOSTARDAS/RS 
TEVE SUAS TERRAS TITULADAS
Era o dia da consciência negra, 20 de novembro, 
a comunidade remanescente de
quilombolas de Casca, em Mostardas, 
conquistou o título da propriedade da fazenda
onde seus antepassados viveram e trabalharam. 
As 85 famílias beneficiadas são
descendentes do grupo de 23 escravos alforriados 
que receberam de herança as terras de sua antiga dona, 
Quitéria Pereira do Nascimento, em 1824. Após 168 anos do
testamento, os quilombolas tiveram reconhecido 
o direito de posse dos primeiros 1,2
mil hectares do total de 2,3 mil. 
O restante está em processo de desapropriação. 
 A Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS, que há mais de dez anos realiza ações e
programas junto às comunidades quilombolas, esteve representada pela Pró-Reitora de
Extensão, Sandra de Deus, e pela diretora do DEDS, Rita de Cássia Camisolão.(SITEPROREXTUFRGS/DEDS/2010)
A história de dois séculos que envolve a regularização do terreno de 2,3 mil hectares, simbolicamente concluída no Dia da Consciência Negra, teve início quando a proprietária, Quitéria Pereira do Nascimento, decidiu beneficiar seus escravos. Quitéria era casada com Francisco Lopes de Mattos, com quem não teve filhos. Segundo relatos dos descendentes, embora o casal tivesse escravos, não os tratava como tal.
— Os dois eram muito religiosos. Consideravam nossos antepassados como pessoas que trabalhavam para eles. Vários até tinham casas para morar — conta a aposentada Ilza de Matos Machado, 68 anos, moradora da região e responsável pelo conselho fiscal da comunidade quilombola de Casca, como a área localizada junto ao km 95 Ada RST-101 é conhecida.
Já viúva, Quitéria se mudou para Porto Alegre e deixou os 23 empregados negros vivendo na antiga sesmaria. Doente, antes de morrer decidiu registrar em testamento a decisão de dar aos escravos a liberdade e a posse da terra onde viviam — 64 anos antes da abolição da escravatura no país. Apesar da intenção da fazendeira, o benefício jamais resultou em um registro em cartório. A área foi invadida inúmeras vezes nas décadas e nos séculos seguintes, e os moradores precisaram conviver com a ameaça de serem expulsos do terreno.(mat ZH. de NOV/2010)

O TESTAMENTO DE MARIA QUITÉRIA ESTÁ NA CASA DE CULTURA DE MOSTARDAS.




Nenhum comentário:

Postar um comentário